O diabetes é uma das doenças mais preocupantes do mundo, com cada vez mais casos registrados. Apenas no Brasil são cerca de 16 milhões de diabéticos em todas as faixas etárias, e o Rio de Janeiro aparece como a capital brasileira com a maior prevalência de diagnóstico, com 10 casos a cada 100 mil habitantes. Não tratar a doença da melhor forma pode trazer consequências sérias para a saúde.
Segundo a dra. Amália Soares, endocrinologista do Hospital São Lucas Copacabana, o diabetes é provocado pela deficiência de produção da insulina (no caso do diabetes tipo 1, em que o paciente recebe insulina por toda a vida) ou pela dificuldade que o organismo tem de processá-la (no caso do diabetes tipo 2, em que a mudança no estilo de vida é necessária para reequilibrar o organismo).
As lesões de órgão-alvo, como chamam os especialistas, muitas vezes são silenciosas e, se não forem pesquisadas ativamente, podem começar a gerar sintomas somente em fase mais avançada e grave, quando há pouco a se fazer. Em algumas situações, como quadros infecciosos, pós-cirúrgicos, uso de certos medicamentos e até mesmo variações hormonais comuns, a doença pode se descompensar e, quando não tratada da melhor maneira, são muitos os danos que o diabetes pode trazer:
- Perda gradativa da visão;
- Aumento da pressão arterial, com o risco de desenvolver hipertensão;
- Mais facilidade de desenvolver doenças cardiovasculares , como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral;
- Deterioração do sistema circulatório, principalmente das pernas;
- Diminuição da função renal, com queda da eficiência do sistema urinário;
- Redução dos níveis do hormônio eritropoietina, que pode gerar anemia;
- Influência em doenças neurológicas, como neurites (paralisias) agudas no rosto e alteração da sensibilidade nas extremidades (que se manifestam como formigamento, dor, sensação de queimação nas mãos e nos pés);
- Perda de sensibilidade e degeneração das articulações dos membros inferiores, o que facilita o aparecimento de úlceras nos pés por perda da pisada anatômica;
- Vulnerabilidade para infecções de pele e unhas provocadas por fungos.
“Como a doença afeta o organismo de forma geral, são muitos os riscos que o paciente corre ao deixar de tratar o diabetes. É importante controlar a glicemia, além de outros parâmetros metabólicos, como peso e colesterol. Seguir as orientações dadas pelo médico que está cuidando do caso também é essencial, como praticar exercícios físicos durante 30 minutos ao menos cinco vezes por semana e melhorar a qualidade da alimentação, com redução da ingesta de alimentos processados, refrigerantes e álcool”, afirma a dra. Amália.
Caso o paciente já tenha os sintomas das doenças associadas, é indicado que ele procure um médico especialista para ver a melhor forma de conduzir o tratamento. Porém, o ideal é fazer um acompanhamento regular para detectar as possíveis mudanças na rotina que possam estar gerando flutuações dos níveis glicêmicos e realizar a pesquisa ativa das lesões de órgão-alvo antes mesmo que os sintomas graves já estejam presentes.
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