Quando falamos sobre a saúde da mulher pensamos logo nas consultas ginecológicas, que previnem e diagnosticam alterações como câncer de mama, endometriose, síndrome de ovário policístico e câncer no útero, por exemplo. Mas você sabia que também existe câncer na vagina? Para falar sobre esse tumor ginecológico pouco conhecido, convidamos a Dra. Tarnara Valeriano Campostrini Machado, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana.

O que é câncer de vagina?

O câncer na vagina é um tipo raro de neoplasia e pode se manifestar como tumores originados nos próprios tecidos da vagina, como o carcinoma escamoso, que é o mais comum e está relacionado à infecção pelo Papilomavírus humano (HPV); e o adenocarcinoma, o melanoma e o sarcoma, tipos mais raros de tumor não relacionados ao HPV. A vagina também pode ser prejudicada por lesões que têm origem em outros locais, como o colo de útero. Nesse caso, recebem o nome de lesões metastáticas.

O que pode causar câncer de vagina?

O papilomavírus humano (HPV), transmitido pelo contato sexual, é a principal causa dos cânceres de colo do útero, vulva e vagina. Ele pode causar alterações genéticas nas células da região de forma que elas se tornem células cancerígenas. Outros fatores de risco para o câncer na vagina são:

• Tabagismo;
• Idade superior a 60 anos;
• Infecção pelo HIV;
• Múltiplos parceiros sexuais.

Prevenção

Prevenir o câncer na vagina é relativamente simples. Segundo a Dra. Tarnara, formas eficazes de prevenção incluem a vacinação contra o HPV, evitar o tabagismo e estar em dia com os exames ginecológicos, incluindo o Papanicolau.

Quais são os sintomas de câncer de vagina?

Os sintomas de câncer na vagina são variáveis e podem se manifestar das seguintes formas:

• Sangramento vaginal diferente do fluxo menstrual habitual;
• Corrimento anormal e de odor desagradável;
• Dor durante a relação sexual;
• Desconforto ao urinar;
• Presença de feridas ou verrugas na região genital;
• Dor na região pélvica.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito a partir de um exame físico realizado pelo ginecologista durante a consulta. Na presença de alguma alteração ou lesão, pode ser necessário realizar uma biópsia para obter o diagnóstico definitivo da presença e do tipo de câncer.

A Dra. Tarnara explica que quando o diagnóstico é positivo para câncer, o profissional pode solicitar exames de imagem – como ultrassonografia, tomografia e ressonância – capazes de determinar o estadiamento da doença, ou seja, verificar se a neoplasia está localizada ou se há metástase para outros órgãos. São quatro as fases do câncer de vagina:

• Estadio I: o câncer está restrito à vagina, não atinge outras estruturas;
• Estadio II: a neoplasia avançou para tecidos nas proximidades da vagina, mas não chegou na parede pélvica;
• Estadio III: o tumor chegou à parede da pelve ou acometeu linfonodos (gânglios linfáticos);
• Estadio IV: as células cancerígenas atingiram o reto ou a bexiga (estadio IVA) ou alcançaram órgãos distantes (estadio IVB).

É importante avaliar o estadiamento, pois os tratamentos variam de acordo com a extensão da enfermidade.

Tratamento

A anatomia da região dificulta um pouco o tratamento, pois o médico tem a missão de preservar bexiga, intestino e função sexual da paciente. Ainda assim, o câncer de vagina pode ter cura e quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de sucesso e garantia da qualidade de vida da paciente.

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