Você já ouviu falar em “coração atordoado”? O nome pode não ser familiar, mas a condição é delicada e, em casos graves, pode levar ao óbito. Segundo o dr. Alexandre Rouge, coordenador da Cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana, o coração atordoado acontece quando o miocárdio, o músculo cardíaco, sofre uma interrupção de fluxo sanguíneo por um momento, o que o leva a um estado em que ele perde sua capacidade normal de contração.
A boa notícia é que a condição, causada principalmente pela doença coronariana, tem tratamento. A forma mais comum de fazer com que o músculo cardíaco recupere o fluxo sanguíneo adequado é por meio de um cateterismo e da colocação de stents nas artérias coronarianas. Em casos mais complexos, pode ser necessário fazer uma cirurgia para a colocação de pontes nas artérias comprometidas. Em casos graves de miocárdio “atordoado”, o paciente pode ter um quadro de insuficiência cardíaca aguda.
“Os sintomas do coração atordoado podem variar muito em sua gravidade, indo de dor torácica, vômito, náusea, dor na mandíbula, cansaço e falta de ar até queda grave da pressão arterial, com estado de choque circulatório, perda da consciência e morte. Por isso, a agilidade em aplicar o tratamento adequado é essencial para aumentar as chances de recuperação do paciente”, explica o cardiologista.
Para manter o fluxo de sangue no corpo em casos extremos e graves de choque, pode ser que o paciente precise de um suporte com implante de dispositivos mecânicos. Os usados com mais frequência são os que dão assistência ao ventrículo (Centrimag) e os que geram oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO).
Após a melhora, o tratamento deve ter continuidade, por meio de medicamentos indicados pelo cardiologista que, a longo prazo, ajudam na normalização da função do miocárdio. Como o coração atordoado é uma condição que pode vir a se repetir, a melhor forma de combatê-lo é apostar na prevenção: alimentar-se de forma saudável, parar de fumar e controlar o colesterol e a glicose, além de praticar com frequência exercícios físicos, quando liberados pelo médico, são as melhores formas de cuidar do coração.
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