O peritônio é uma membrana localizada na cavidade abdominal. Além de revestir órgãos como intestino, estômago, fígado e ovários, sua função também inclui a produção de um líquido que auxilia o deslizamento dos órgãos entre si. O **câncer de peritônio **é uma neoplasia rara causada por um tumor localizado. Essa doença atinge principalmente mulheres na pós-menopausa ou que tenham histórico de reposição hormonal e endometriose. Esse câncer recebe o nome de mesotelioma peritonial.
Quais as causas do câncer de peritônio?
A Dra. Gabriela Passos, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, explica: “As causas dessa condição ainda não estão esclarecidas. No entanto, sabe-se que a exposição ao amianto (asbesto) é um fator de risco.”
A especialista relata ainda que, na rotina médica, a maioria dos casos de câncer no peritônio é consequência de metástase, ou seja, quando as células cancerosas se originam em outro órgão e avançam para o peritônio. Nesse caso, a origem provável é câncer colorretal, de ovário, estômago ou pâncreas. “Assim, o agente causador de tumores no peritônio são os mesmos do câncer de origem”, complementa a especialista.
Principais sintomas de câncer no peritônio
Os sinais de câncer no peritônio são os mesmos, independentemente da origem da doença. Os mais comuns são:
- desconforto abdominal;
- formação de líquido intra-abdominal;
- aumento de volume abdominal;
- falta de ar;
- sensação de plenitude pós-prandial diária;
- perda de apetite;
- náuseas, vômitos;
- constipação.
Tratamento: o que é a cirurgia Hipec?
Sobre o tratamento, a Dra. Gabriela comenta que o primeiro passo é entender se o câncer é do tipo primário ou metastático.
“Sendo uma metástase, o tratamento será realizado tanto no peritônio quanto no órgão de origem. Por exemplo, se temos metástase no peritônio por conta de um tumor no ovário, deveremos tratar ambos. Nesses casos, a abordagem mais indicada é a quimioterapia intravenosa associada a um anticorpo monoclonal. Quando o caso se refere a um câncer de origem no peritônio, oferecemos quimioterapia e, recentemente, a imunoterapia também tem sido opção viável”, explica a oncologista.
Por fim, vale lembrar que pacientes selecionados podem receber indicação para procedimentos cirúrgicos. Isso deve ser discutido por uma equipe multidisciplinar formada por cirurgiões oncológicos, oncologistas e clínicos diretamente envolvidos. Se esta for a indicação e o consenso da equipe, o paciente é submetido à cirurgia denominada Hyperthermic Intraperitoneal Chemotherapy (Hipec), uma intervenção de grande porte que consiste na retirada do peritônio associada à quimioterapia hipertérmica intra-abdominal.
Uma técnica recém-chegada ao Brasil é a Pressurised Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy (Pipac), método menos invasivo que associa cirurgia com quimioterapia intraperitoneal.
“É importante ressaltar que, como são técnicas muito específicas e de alta complexidade, possuem alto custo”, conclui.
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