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Câncer de peritônio: saiba o que é, quais são as causas e o tratamento

Alteração afeta, principalmente, mulheres na pós-menopausa e pode atingir outras regiões além do peritônio
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Dra. Gabriela Passos - Oncologista - MédicaAtualizado em 12/01/2024
Câncer de peritônio: saiba o que é, quais são as causas e o tratamento

O peritônio é uma membrana localizada na cavidade abdominal. Além de revestir órgãos como intestino, estômago, fígado e ovários, sua função também inclui a produção de um líquido que auxilia o deslizamento dos órgãos entre si. O **câncer de peritônio **é uma neoplasia rara causada por um tumor localizado. Essa doença atinge principalmente mulheres na pós-menopausa ou que tenham histórico de reposição hormonal e endometriose. Esse câncer recebe o nome de mesotelioma peritonial.

Quais as causas do câncer de peritônio?

A Dra. Gabriela Passos, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, explica: “As causas dessa condição ainda não estão esclarecidas. No entanto, sabe-se que a exposição ao amianto (asbesto) é um fator de risco.”

A especialista relata ainda que, na rotina médica, a maioria dos casos de câncer no peritônio é consequência de metástase, ou seja, quando as células cancerosas se originam em outro órgão e avançam para o peritônio. Nesse caso, a origem provável é câncer colorretal, de ovário, estômago ou pâncreas. “Assim, o agente causador de tumores no peritônio são os mesmos do câncer de origem”, complementa a especialista.

Principais sintomas de câncer no peritônio

Os sinais de câncer no peritônio são os mesmos, independentemente da origem da doença. Os mais comuns são:

  • desconforto abdominal;
  • formação de líquido intra-abdominal;
  • aumento de volume abdominal;
  • falta de ar;
  • sensação de plenitude pós-prandial diária;
  • perda de apetite;
  • náuseas, vômitos;
  • constipação.

Tratamento: o que é a cirurgia Hipec?

Sobre o tratamento, a Dra. Gabriela comenta que o primeiro passo é entender se o câncer é do tipo primário ou metastático.

“Sendo uma metástase, o tratamento será realizado tanto no peritônio quanto no órgão de origem. Por exemplo, se temos metástase no peritônio por conta de um tumor no ovário, deveremos tratar ambos. Nesses casos, a abordagem mais indicada é a quimioterapia intravenosa associada a um anticorpo monoclonal. Quando o caso se refere a um câncer de origem no peritônio, oferecemos quimioterapia e, recentemente, a imunoterapia também tem sido opção viável”, explica a oncologista.

Por fim, vale lembrar que pacientes selecionados podem receber indicação para procedimentos cirúrgicos. Isso deve ser discutido por uma equipe multidisciplinar formada por cirurgiões oncológicos, oncologistas e clínicos diretamente envolvidos. Se esta for a indicação e o consenso da equipe, o paciente é submetido à cirurgia denominada Hyperthermic Intraperitoneal Chemotherapy (Hipec), uma intervenção de grande porte que consiste na retirada do peritônio associada à quimioterapia hipertérmica intra-abdominal.

Uma técnica recém-chegada ao Brasil é a Pressurised Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy (Pipac), método menos invasivo que associa cirurgia com quimioterapia intraperitoneal.

“É importante ressaltar que, como são técnicas muito específicas e de alta complexidade, possuem alto custo”, conclui.

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Dra. Gabriela Passos

Oncologista | Médica
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