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Dúvidas comuns sobre doação de orgãos e tecidos

Saiba o que fazer para se tornar um doador
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Dr. Christian Roderjan - Clínico - MédicoAtualizado em 22/12/2023
Dúvidas comuns sobre doação de orgãos e tecidos

A doação de órgãos e tecidos é uma das ações mais altruístas que uma pessoa pode fazer, já que, por meio dela, é possível salvar a vida de muitos pacientes. Porém, antes de manifestar o desejo de ser um doador de órgãos, é importante saber mais sobre essa grande ação e como ela pode ser tão benéfica.

De acordo com o Dr. Christian Roderjan, coordenador médico das UTIs Clínicas do Hospital São Lucas Copacabana (HSL), o hospital é o maior captador de órgãos da rede privada de saúde do estado do Rio de Janeiro e possui uma comissão intra-hospitalar de órgãos e tecido formada por uma equipe multidisciplinar bem estruturada, que fornece treinamento regular para médicos, capacita enfermeiros e fisioterapeutas, promove ações como o Setembro Verde e realiza a Semana da Doação. Confira, a seguir, as principais dúvidas sobre a doação de órgãos e tecidos.

Eu posso doar ainda em vida?

Sim! É possível doar um dos rins, parte da medula óssea, parte do fígado ou do pulmão. Qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que o procedimento não seja prejudicial à sua saúde, pode doar. Nesses casos, é preciso ter sangue compatível com o receptor e passar por avaliação médica. Inclusive, familiares de até quarto grau podem ser doadores dentro da própria família. Para doar para outras pessoas, é necessária autorização judicial.

Que órgãos ou tecidos podem ser doados?

Você sabia que um único doador pode salvar até 10 vidas e ajudar na qualidade de vida de mais outras 20 pessoas? Isso é possível, pois diversos órgãos (rins, fígado, coração, válvulas cardíacas, pâncreas, pulmões, intestino), tecidos e estruturas corporais, como córneas, ossos e pele, podem ser doados.

Como é a lista de espera?

A fila de espera é única e os receptores são separados por órgãos, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas. A lista segue uma ordem que prioriza os pacientes em estágio grave ou a compatibilidade – sanguínea ou genética – com o órgão captado.

Se eu decidir ser um doador, como minha família saberá disso? Você sabia que o passo principal para que seus órgãos e tecidos sejam doados após sua morte é conversar com sua família e deixar bem claro seu desejo? Isso mesmo, basta falar com sua família sobre sua vontade.

Após o falecimento, a família será informada quanto à possibilidade de doação de órgãos e/ou tecidos. Caso concordem, serão convidados a assinar os documentos necessários. No Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após a autorização familiar.

A família terá custos se eu quiser doar órgãos?

Não há nenhum custo quanto à doação de órgãos e tecidos, como também não há nenhum ganho material. A legislação brasileira exige que a doação seja um ato altruísta familiar e sem interferência econômica.

Quem pode ser um doador?

O doador pode ser qualquer pessoa, adulto ou criança, com diagnóstico definido de morte cerebral – considerada irreversível e confirmada por critérios do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Quem não pode doar?

Pacientes com diagnóstico de câncer, doença infecciosa grave aguda ou doenças infectocontagiosas, destacando-se o HIV, as hepatites B e C e a doença de Chagas. Também não podem ser doadores os pacientes diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos.

É possível saber para quem foi doado o órgão?

Por questões éticas, não é possível que a família do doador saiba quem recebeu o órgão. Tanto o paciente transplantado como o doador devem permanecer em anonimato.

Caso seja autorizada a doação, o que acontece depois?

Paralelo ao processo de detecção de morte cerebral, é feita coleta de sangue para avaliação dos órgãos e análise da presença de anticorpos de HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose, além dos exames gerais de avaliação do fígado e dos rins, principalmente. Depois de realizadas todas as avaliações, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada de órgãos.

A importância da doação para salvar vidas.

Esse é um tema importante. Fale com seus amigos e familiares sobre o valor desse gesto. Ele ajuda a salvar vidas e a levar esperança a quem espera por essa possibilidade.​

Escrito por
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Dr. Christian Roderjan

Clínico | Médico

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