A obesidade é uma doença caracterizada pelo aumento da gordura corporal que pode levar a várias outras doenças e até a morte a precoce. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, em abril deste ano, revelou que o número de brasileiros acima do peso segue em crescimento no país – mais da metade da população está nessa categoria (52,5%) e, desta, 17,9% é obesa, fatia que se manteve estável nos últimos anos.
Segundo Thiago Ribeiro, cardiologista e chefe do Serviço de Emergência do Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, o Índice de Massa Corporal (IMC) reflete se uma pessoa está ou não acima do peso ideal. O IMC pode ser determinado por meio de um cálculo simples: peso (em quilo) dividido pela altura (em metro), dividido pela altura (em metro): peso/altura/altura.
“Pessoas com IMC entre 20 e 25 têm peso normal; entre 25 e 30, têm sobrepeso e, com 30 ou mais, são obesas. Pessoas com IMC acima de 25 têm maior risco de apresentar doenças secundárias ao aumento do peso, mesmo que ainda não sejam obesas”, afirma Thiago.
Além do IMC, a distribuição da gordura corporal também é importante. De acordo com o cardiologista, a obesidade mais grave é aquela relacionada com o acúmulo de gordura na região do abdome, do tipo centrípeta. A cintura maior que 94 centímetros nos homens e 80 centímetros nas mulheres caracteriza a obesidade abdominal, que já tem associação com as doenças cardiovasculares. “Essa relação é mais grave se a medida for maior que 102 centímetros nos homens e 88 nas mulheres. O problema da gordura nessa região é que esse acúmulo não se deve à gordura do tecido subcutâneo (logo abaixo da pele), mas, sim, à gordura que está em torno dos órgãos abdominais”, explica o médico.
Para o especialista, o perigo da obesidade encontra-se também nas doenças associadas, como hipertensão arterial, diabetes, alteração das gorduras no sangue (dislipidemias), doenças reumatológicas e ortopédicas, distúrbios do sono e alguns tipos de câncer.
“É importante ressaltar que essas doenças ocorrem em indivíduos predispostos. Em geral, são pessoas que já vêm de famílias com as mesmas doenças, o que mostra a importância do fator genético. No entanto, caso evitassem o sobrepeso e a obesidade, elas poderiam impedir que a doença se instalasse ou, pelo menos, poderiam postergar em vários anos seu aparecimento ou fazer com que ela apresentasse formas mais leves de manifestação”, orienta Thiago Ribeiro.
Para a prevenção da obesidade, o médico aconselha a reeducação alimentar e a prática de exercícios regulares. Segundo ele, o tratamento deve ser feito somente sob orientação médica.