Este ano, o assunto ganhou ainda mais destaque quando os imunologistas James P. Allison e Tasuku Honjo ganharam o prêmio Nobel de Medicina, fortalecendo a técnica como uma das mais indicadas para se considerar com a doença.
Segundo o dr. Frederico Müller, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, trata-se de um grupo de medicamentos, chamados de imunoterápicos, que ajuda o sistema imunológico do paciente a rastrear e encontrar as células cancerígenas, colocando o próprio corpo para combatê-las.
“A imunoterapia pode agir de três formas diferentes: estimulando o aumento do número de células de defesa, o que eleva a quantidade de ‘soldados’ no combate às células inimigas; reduzindo o ‘freio’ do sistema imunológico, de modo que a intensidade da resposta imunológica seja estimulada; e modificando as células de defesa do organismo.”
Hoje a principal forma de ação da técnica é inibir as moléculas especializadas que freiam o sistema imunológico. Essas moléculas são defesas do corpo, importantes para evitar doenças autoimunes. Porém, as células tumorais usam essa defesa natural do corpo para se “esconderem” do sistema imune. Portanto, o tratamento faz um reconhecimento das células malignas, detectando o câncer como uma ameaça e promovendo o controle e a eliminação da doença.
Porém, é nesse ponto que está o grande desafio da imunoterapia: proporcionar uma boa resposta contra o câncer e reduzir ao máximo o risco de efeitos colaterais associados ao tratamento, como o desenvolvimento das doenças autoimunes.
“A técnica vem mostrando grandes resultados no combate a diversos tipos de câncer, como de pulmão, bexiga, cabeça e pescoço e linfoma de Hodgkin. Porém, não são todos os pacientes que podem fazer uso dessa técnica, e cabe ao especialista analisar cada quadro para determinar a melhor forma de combater a doença.”